segunda-feira, setembro 04, 2006

Fim de semana inesquecivel

Nem sei por onde começar.. tipicamente, após fazer esta pergunta responderia algo como "pelo principio" mas acho que isso só faria com que este post fosse o mais longo da história do Mão Tremida. Assim, de uma forma resumida: Fui viajar!

Quarta feira lá me decidi e ficamos com os últimos lugares disponiveis. Destino: Skjåk.

Partimos sexta de manhã para uma viagem de 6 horas e meia de autocarro Muito longa e muito desconfortável, já alguma vez disse que não gosto de autocarros? Não gosto! Fizemos muitas paragens pelo caminho para atenuar os efeitos nefastos dos bancos, mas mesmo assim cansou muito.

Mas não se podia pensar nisso, após pousar as malas nas tendas e de uma refeição rápida, foi tudo fazer paintball. Já não fazia paintball à alguns anos largos e por isso sabia que não ia ser grande coisa, mas também não estava a espera que fosse assim tão mau. É claro que a culpa não é so da minha azelhice! Reservo o direito de me queixar dos equipamentos! 2 equipas, uns com equipamento cinzento e outro com equipamento.. Azul!!! Claro que no meio do mato, os cinzentos só se viam quando se mexiam, isto é, via-se uma sombras a moverem-se. Enquanto que os azuis.. coitadinhos... eramos vistos a 50 metros de distancia! Pior só se fossem equipamentos laranja!

É claro que não matei ninguem... bem tentei, mas eles acertaram sempre primeiro em mim do que eu neles! (Escondiam-se bem os malandros..)

E assim passou o primeiro dia. No final, apenas umas cervejas pois o dia seguinte ia ser em grande e como tal não podia haver ressaca. As condições de dormida não eram as melhores, 3 grandes tendas albergavam as quase 50 pessoas e só uma é que tinha um estrado de madeira para não se estar em contacto com o chão/terra. Não tive a sorte de ir parar a essa tenda e por isso passei 2 duas noites a respirar terra! Mas isso não é nada!

Mas o dia seguinte, esse é que era o grande dia! O dia do Rafting! É verdade, pela primeira vez na minha vida fui enfrentar a fúria dos rápidos num barquinho de borracha.

Primeiro o equipamento. Boa roupa interior: lã. Uns Wet-Suits todos rotos que metia água por tudo que era sitio (no inicio a fita adesiva ainda se aguentou bem) e o mais importante, colete salva-vidas e capacete. Facilmente salto por cima das explicações de segurança porque foram, obviamente, dadas em norueguês! Lá ia vendo os gestos e no final tive um briefing rápido em inglês. De qualquer maneira, mesmo na água fomos de novo treinados a tirar as pessoas de dentro da água. O mais importante é mesmo não perder a calma.

Pouco depois a diversão começava.. e que diversão! O nosso guia olha para o rio e vê os outros barcos a tomarem uma passagem larga pelo lado esquerdo. Demasiado simples, sem risco... sem emoção... bora para a passagem estreita pelo lado direito. Seja. Remar! Barcos aos pinchos. Muita água. Barco a inclinar.. e pimba!

Fui à água!

Não sei quanto tempo estive debaixo de água aos trambolhões, quando caí tentei agarrar o barco mas não fui a tempo, assim toca a preparar para o embate. Descer os rápidos sem barco não tem tanta piada. Bati constantemente com o rabo no fundo do rio e ainda tenho o cu preto e uns arranhões nas mãos.

Pouco depois lá consegui por a cabeça fora de água e tentar perceber aonde e que estavam os outros barcos. Nadar até o mais próximo e respirar de alivio ao ser tirado fora de água.

:o Que raio de viagem.... mas, a parte do qual me orgulho: Não perdi o remo! :D

Ok... descansar uns minutos, recuperar o folego, ainda era só o inicio e ainda havia muito rio para descobrir. Andamos cerca de 2 horas e não voltei a cair, pelo meio ainda conseguimos fazer surf (Colocar o barco numa das ondas e ficar parado).

Inicialmente o rafting era para durar mais umas quantas horas, mas como o rio tinha descido muito durante a noite, não deu para fazer o planeado. Fomos então para a montanha, andar por uns caminhos manhosos, descer por encostas ingremes (mesmo ingremes) para fazer sku! Ok.. provavelmente tem outro nome, a ideia é aproveitar as descidas dos ribeiros para deslizar pela água.. um pouco como nos parques de diversão com aqueles tubos que agora não me lembro do nome. Mas aqui foi sem tubos... apenas um ribeirozito e pedras! Muito fixe e muito estranho! Adorei apesar de todos os problemas - leia-se: também malhei muito... mesmo muito! As minhas Helly Hansen são muito boas em qualquer piso excepto pedras subaquaticas cobertas de limo. Ahhh depois desta viagem ficaram mesmo bonitas as sapatilhas cobertas de terra e com plantinhas a nascerem dos buracos!

O cansaço começava a apertar, os musculos doridos e o corpo cheio de água (lembram-se que o wet-suits tinham muitos buracos). Útima etapa, mais rafting.. mas desta já não consegui ir. Ao colocar o capacete deu-me uma dor tremenda no braço, não o conseguia levantar nem dobrar. Fiquei por tera e foi-me explicado que isto às vezes acontece. Os músculos não se dão muito bem com o excesso de trabalho em ambientes em que a temperatura está sempre a variar. Frio, quente, frio, quente e o músculo faz snap.

Não é grave e passado uma meia horita já o conseguia mexer lentamente. Infelizmente não fui ao rafting nem ao salto da ponte (uns 5 ou 6 metros de altura para dentro do rio).

Fica para a próxima, rafting rula! :D

No final do dia estavamos todos de rastos, eu só imaginava tomar um bom banho, comer uma francesinha e beber um fino numa esplanada à beira mar. No campismo os banhos de água quente eram a pagantes, 10 coroas por 5 minutos, mas no estado em que estava acho que até 100 coroas eu dava por aquele banho.

E claro: festa! Fogueira e copos.. e não digo mais nada porque sinceramente também não me lembro de mais nada :S Alias.. digo. Digo que nunca mais compro uma garrafa de vodka!

Domingo era o dia de voltar. Com chuva, da chata que deprime, da que não deixa acordar decentamente após uma noite de copos. Com o corpo todo dorido era tempo de fazer as malas e tentar não pensar que eram mais 6 horas de viagem outra vez para casa. E no meu caso nos 40 minutos a pé desde a faculdade até casa. Um DVD do Mystic River ajudou a passar o tempo.
Chegamos a kongsberg por cerca das 10 de noite. Fomos até à cidade comer um kebab e felizmente conseguimos a boleia do Vegard que estava a voltar da terra dele também a essa hora.

Humm já chega nao? Qualquer coisa perguntem :P

PS: estava ontem à noite tão cansado que nem me lembrei que hoje não tinha aulas. Lá biciclei até a faculdade só para me lembrar muito mais tarde! :(

2 Tremuras:

bEtA disse...

outch... inesquecivel e doloroso.. :)

Anónimo disse...

Eu só tenho um comentário a fazer:e cria uma Mãe um Filho para isto! hehehe

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