Nem o titulo nem o texto são meus. Digo já para não haver confusões.
Encontrei hoje uma XIS antiga (328 - 01/10/2005) e estive a ler a crónica da Faíza Hayat e achei que valeria a pena por aqui umas frases que ela menciona. Para contextualizar decidi abusar um bocadinho e colocar o paragrafo anterior e seguinte.
Aqui vai:
É costume dizer-se que faltam causas à juventude de hoje. Contudo, mais do que causa, o que me parece que falta à juventude, é juventude.
Não tenho a certeza de que os festivos confrontos de rua, em Paris, em Maio de 1968, tivessem muito a ver com causas. Recordemos, por exemplo, algumas das frases que os estudantes de então pintaram nos muros: "Quanto interrogados, responderamos com perguntas"; "Não queremos integrar uma sociedade em desintegração"; "A obediência começa pela consciência e a consciência pela desobediência"; "A insolência é a arma secreta da revolução"; "Trabalhadores do mundo inteiro, divirtam-se!"
Ou esta, que eu acho particularmente linda: "Sorria, a revolução é um processo feliz, aquele que não sorri é nosso inimigo!"
Naquela época os jovens combatiam a polícia, à pedrada ou com coquetéis molotof; combatima os pais, ou, no abstracto, a burguesia, Todavia, insurgiram-se. Eram jovens, e a juventude deles, volátil, e violenta e exultante, fascinou e pertubou o mundo inteiro, e ainda hoje nos fascina e perturba. A juventude aproveita à sociedade ao colocar tudo em causa, mesmo irreflectidamente, porque leva o resto da sociedade a reflectir. Uma sociedade sem juventude não evolui.
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